É começo de ano e muitas pessoas se questionam como será esse 2022. Passados dois anos de pandemia e em um ano de eleições, mudança é o que a maioria deseja. Colocando uma lupa em organizações e iniciativas sociais e ambientais, o planejamento é um processo valioso para dialogar sobre como contribuir para essas mudanças. Mas existe certo e errado nesses processos de planejamento? O que é essencial para que o planejamento funcione e gere a transformação desejada?
Planejar já é um grande passo
Em primeiro lugar, independente do processo, conseguir separar um tempo e reunir a equipe para planejar já é um passo importante. Muitas organizações não conseguem se dedicar a esse tempo e acabam “apenas” na continuidade de suas iniciativas que normalmente demandam muito tempo de todas as pessoas. Colocar prioridade no tempo do planejamento é essencial para que ele aconteça e também para que o exercício possa ser aprimorado ao longo do tempo. Além disso, é importante envolver todas as pessoas que de alguma forma participam da iniciativa. Além de quem está diretamente envolvida ou envolvido nos projetos, áreas de suporte também são essenciais para ampliar perspectivas e contribuir com novas ideias.
Garantido esse momento de planejamento, listamos aqui algumas dicas do que funciona e do que pode ser uma armadilha no processo de planejamento.
Idealizações e o objetivo de mudança
Quem trabalha com a pauta social e ambiental idealiza. Não teria como ser diferente. Queremos mudanças estruturais e levam tempo. Às vezes inclusive questionamos se essas mudanças irão acontecer algum dia. Mas em um processo de planejamento precisamos definir com precisão qual o nosso primeiro ou nosso caminho para a mudança. Podemos ter a perspectiva final como um norte, mas precisamos definir com qual parte da mudança conseguimos nos engajar e saber como a nossa iniciativa poderá de fato contribuir para aquela mudança e quais caminhos para isso.
Existem ferramentas que ajudam nesse processo, a construção de uma Teoria da Mudança é um ótimo exemplo. A partir da definição de um objetivo factível, é possível pensar em caminhos e processos para alcançá-lo, incluindo as iniciativas que já são realizadas pela organização e outras que poderão ser implementadas.
Mas para desenhar esses passos, é preciso aprofundar o entendimento das causas e consequências do problema que estamos tentando resolver.
Entendimento da complexidade do problema
Seria maravilhoso se pudéssemos definir um passo-a-passo para a transformação, seguir esses passos e, ao final, encontrar um mundo melhor. Embora tenhamos sido ensinadas e ensinados que as coisas são lineares, elas não são. E trabalhar na complexidade das pautas sociais e ambientais passa por entender profundamente as estruturas que mantém as coisas como são para que possamos tentar transformá-las.
Isso passa por analisar dados, conhecer o que outras organizações e iniciativas fazem pela pauta, questionar padrões, conversar com pessoas de diferentes perfis e tentar construir um entendimento que considere essas diferentes percepções. Pode-se usar a metodologia de árvore de problemas ou um mapa mental para consolidar esse entendimento e, a partir daí, desenhar ou redesenhar os caminhos de mudança.
Sem entender a complexidade do problema, planejar pode ser frustrante, pode-se passar meses ou anos trabalhando de uma determinada maneira sem ver a tão sonhada transformação acontecer. E aí chegamos ao próximo tópico essencial do planejamento.
Planejamento como processo contínuo
Um bom planejamento não termina em si mesmo, ele continua sendo acompanhado ao longo dos meses ou anos. Ele é um ponto de partida e também um ponto de chegada, já que pode ser revisitado e aprimorado. Não é necessário começar sempre do zero, pode-se considerar como uma espiral que vai sendo trabalhada.
Para que isso aconteça, é necessário definir quais dados e informações serão levantadas e acompanhadas ao longo do ano. É importante acompanhar se o que foi planejado está sendo realizado, se está gerando as transformações desejadas e, mais importante, como redirecionar o que está planejado para continuar rumo ao objetivo definido originalmente.
Quem faz um bom planejamento sabe que o caminho original dificilmente será o caminho final. Tudo está em constante movimento e no processo de acompanhamento é importante ter confiança que novos caminhos são possíveis. Por isso a importância de seguir os passos anteriores (definição de um objetivo e entender a complexidade do problema).
A transformação é coletiva
Por fim, e tão importante quanto o restante, é essencial saber que a mudança é coletiva. É necessário envolver as pessoas diretamente afetadas pela iniciativa tanto no processo de planejamento quanto na sua execução e no processo de tomada de decisão. Além disso, é possível assumir o foco de atuação em um determinado aspecto e aproveitar o que outras iniciativas estão realizando na área via parcerias multissetoriais.
Trabalhar coletivamente, para além das bordas da organização, exige uma dedicação e uma articulação que nem sempre é fácil. Demanda negociações, tempo e paciência. Mas pode gerar relações de confiança e transformações mais duradouras.
Boa sorte nessa caminhada!
É começo de ano e muitas pessoas se questionam como será esse 2022. Passados dois anos de pandemia e em um ano de eleições, mudança é o que a maioria deseja. Colocando uma lupa em organizações e iniciativas sociais e ambientais, o planejamento é um processo valioso para dialogar sobre como contribuir para essas mudanças. Mas existe certo e errado nesses processos de planejamento? O que é essencial para que o planejamento funcione e gere a transformação desejada?
Planejar já é um grande passo
Em primeiro lugar, independente do processo, conseguir separar um tempo e reunir a equipe para planejar já é um passo importante. Muitas organizações não conseguem se dedicar a esse tempo e acabam “apenas” na continuidade de suas iniciativas que normalmente demandam muito tempo de todas as pessoas. Colocar prioridade no tempo do planejamento é essencial para que ele aconteça e também para que o exercício possa ser aprimorado ao longo do tempo. Além disso, é importante envolver todas as pessoas que de alguma forma participam da iniciativa. Além de quem está diretamente envolvida ou envolvido nos projetos, áreas de suporte também são essenciais para ampliar perspectivas e contribuir com novas ideias.
Garantido esse momento de planejamento, listamos aqui algumas dicas do que funciona e do que pode ser uma armadilha no processo de planejamento.
Idealizações e o objetivo de mudança
Quem trabalha com a pauta social e ambiental idealiza. Não teria como ser diferente. Queremos mudanças estruturais e levam tempo. Às vezes inclusive questionamos se essas mudanças irão acontecer algum dia. Mas em um processo de planejamento precisamos definir com precisão qual o nosso primeiro ou nosso caminho para a mudança. Podemos ter a perspectiva final como um norte, mas precisamos definir com qual parte da mudança conseguimos nos engajar e saber como a nossa iniciativa poderá de fato contribuir para aquela mudança e quais caminhos para isso.
Existem ferramentas que ajudam nesse processo, a construção de uma Teoria da Mudança é um ótimo exemplo. A partir da definição de um objetivo factível, é possível pensar em caminhos e processos para alcançá-lo, incluindo as iniciativas que já são realizadas pela organização e outras que poderão ser implementadas.
Mas para desenhar esses passos, é preciso aprofundar o entendimento das causas e consequências do problema que estamos tentando resolver.
Entendimento da complexidade do problema
Seria maravilhoso se pudéssemos definir um passo-a-passo para a transformação, seguir esses passos e, ao final, encontrar um mundo melhor. Embora tenhamos sido ensinadas e ensinados que as coisas são lineares, elas não são. E trabalhar na complexidade das pautas sociais e ambientais passa por entender profundamente as estruturas que mantém as coisas como são para que possamos tentar transformá-las.
Isso passa por analisar dados, conhecer o que outras organizações e iniciativas fazem pela pauta, questionar padrões, conversar com pessoas de diferentes perfis e tentar construir um entendimento que considere essas diferentes percepções. Pode-se usar a metodologia de árvore de problemas ou um mapa mental para consolidar esse entendimento e, a partir daí, desenhar ou redesenhar os caminhos de mudança.
Sem entender a complexidade do problema, planejar pode ser frustrante, pode-se passar meses ou anos trabalhando de uma determinada maneira sem ver a tão sonhada transformação acontecer. E aí chegamos ao próximo tópico essencial do planejamento.
Planejamento como processo contínuo
Um bom planejamento não termina em si mesmo, ele continua sendo acompanhado ao longo dos meses ou anos. Ele é um ponto de partida e também um ponto de chegada, já que pode ser revisitado e aprimorado. Não é necessário começar sempre do zero, pode-se considerar como uma espiral que vai sendo trabalhada.
Para que isso aconteça, é necessário definir quais dados e informações serão levantadas e acompanhadas ao longo do ano. É importante acompanhar se o que foi planejado está sendo realizado, se está gerando as transformações desejadas e, mais importante, como redirecionar o que está planejado para continuar rumo ao objetivo definido originalmente.
Quem faz um bom planejamento sabe que o caminho original dificilmente será o caminho final. Tudo está em constante movimento e no processo de acompanhamento é importante ter confiança que novos caminhos são possíveis. Por isso a importância de seguir os passos anteriores (definição de um objetivo e entender a complexidade do problema).
A transformação é coletiva
Por fim, e tão importante quanto o restante, é essencial saber que a mudança é coletiva. É necessário envolver as pessoas diretamente afetadas pela iniciativa tanto no processo de planejamento quanto na sua execução e no processo de tomada de decisão. Além disso, é possível assumir o foco de atuação em um determinado aspecto e aproveitar o que outras iniciativas estão realizando na área via parcerias multissetoriais.
Trabalhar coletivamente, para além das bordas da organização, exige uma dedicação e uma articulação que nem sempre é fácil. Demanda negociações, tempo e paciência. Mas pode gerar relações de confiança e transformações mais duradouras.
Boa sorte nessa caminhada!